Brincadeira

 

Dos melhores conselhos que as famílias podem receber é:

  1. brincarem um pouco com as crianças todos os dias;
  2. reforçarem o tempo de brincadeira quando percebem que a criança está, por algum motivo, mais desanimada ou com comportamentos difíceis.

Brincar não é só fundamental nos primeiros tempos de chegada da criança, é importante para o seu desenvolvimento enquanto crescem.

Quando se fala em brincar diariamente, muitos acolhedores ficam aflitos, perguntando-se quando terão tempo para conseguir tal coisa, entre tarefas como fazer o jantar, ir às compras, preparar tudo para o dia seguinte, etc. Nesta secção daremos algumas estratégias que podem funcionar, mas, antes disso, damos a ler este artigo, publicado pelo Karyn Purvis Institute of Child Development, sobre a importância da brincadeira:

FICHA DE APOIO

Os benefícios da brincadeira, The Karyn Purvis Institute of Child Development.

BRINCADEIRAS
  • Deixe a criança controlar a escolha de brincadeira e como brincar. Não julgue, critique ou classifique a brincadeira, aproveite para se distrair;
  • Faça coisas de que a criança gosta e vá intercalando essas brincadeiras com actividades que goste de fazer, para que o tempo a dois seja positivo para todos;
  • Se a criança não reage mal ao toque faça-lhe cócegas, é um momento em que ambos se podem rir e os próprios adultos conseguem relaxar;
  • No banho aproveite para fazer desenhos com a criança ou banhos de cores;
  • Na rua, inverta os papéis. A criança pode ser o adulto e este pode ser a criança. Neste caso, a criança tem de ir dizendo ao acolhedor como se deve comportar, aconselhando-o a atravessar bem a rua, dizendo-lhes para não apanharem coisas do chão, etc. O exercício ajuda a criança a aprender a atravessar a estrada, enquanto evita batalhas de controlo;
  • Depois do banho, podem pegar na toalha com que a criança se secou e baloiçá-la, mantendo o contacto com o olhar. Vão ver que isso ajuda à vinculação e é benéfico mesmo no caso das crianças que não apreciam o toque;
  • Aproveite a hora das refeições para brincar com a comida (verá que evita batalhas de controlo e que melhora a disposição de todos);
  • Leia histórias e finja que a criança é a personagem de um certo conto;
  • brincadeiras específicas para crianças com dificuldades de integração sensorial;
  • Nos primeiros meses em família talvez seja de evitar jogos onde os participantes ganham e perdem. Neste, por exemplo, ou ganha o Corvo ou ganha toda a família:
  • Evite jogos de computador e ipads, que ajudam a criança a dissorciar-se das relações à sua volta (ler aqui) e a evitar interagir. Procure privilegiar tarefas em conjunto. Como afirma Karen Purvis, em The Connected Child, “as crianças que têm alguma tendência a ser dissociativas ou que têm dificuldade no processo de vinculação procuram a TV e os jogos porque estas são distrações que não exigem resposta social. Os pais precisam de aumentar o tempo que a criança passa com pessoas e diminuir o tempo que passa sozinha”;
  • Deixe a criança escolher a brincadeira (por exemplo lego) e ofereça-se para fazer a narração do que vai acontecendo. Enalteça o valor da criança, use o sentido de humor, o acto de narrar é excelente para melhorar a auto-estima da criança;
  • Brinque ao faz de conta, que leva a criança a alargar a sua imaginação ao inventar brincadeiras de que se vai lembrando.