ALIMENTAÇÃO
1. Alimentação e confiança
2. Quando as crianças não comem
3. Quando comem em excesso
Quando comem em excesso
Muitas crianças parecem ter uma fome infindável, sobretudo nas primeiras semanas ou meses depois da adopção. Talvez nunca tenham tido comida suficiente, ou porque esta tenha chegado em alturas variáveis, pelo que as crianças vão guardar toda a comida que conseguirem (muitas vezes às escondidas por toda a casa).
PERGUNTAS QUE OS ACOLHEDORES SE DEVEM FAZER:
→ Como é a criança alimentada, e não apenas com o quê?
→ Que mais está a acontecer na vida da criança que não lhe permite comer e crescer de maneira saudável?
A MANEIRA COMO UMA CRIANÇA É ALIMENTADA AFECTA O SEU PESO
Restringir (calorias, porções, tipos de alimentos), pressionar com a alimentação, ver um dos acolhedores fazer dieta ou comer compulsivamente são factores que se associam a padrões de peso e de alimentação não saudáveis em crianças. Outros factores associados a padrões de peso não saudável são:
- Stress ou caos em casa;
- Pobreza e insegurança alimentar – falta de acesso confiável a alimentos suficientes;
- História de dieta, restrição ou alimentação negligente;
- Falta de sono adequado;
- Ausência de refeições em família;
- Tempo excessivo à frente da televisão;
- Certas condições médicas, como problemas da tiróide ou fibrose cística, para citar alguns problemas de saúde que influenciam o apetite.
- Estilo de parentalidade: «a parentalidade com o equilíbrio apropriado de amor e limites está associada ao peso saudável, enquanto os estilos parentais negligentes ou autoritários estão associados a padrões de peso menos saudáveis.»
DICAS
- Restringir a comida não funciona e aumenta a ansiedade da criança em relação à comida. Não faça isso e deixe a criança decidir o que quer comer;
- Faça uma prateleira com coisas boas e saudáveis para a criança, coloque o seu nome e diga-lhe que pode ir buscar alimentos sempre que quiser;
- Alimente crianças pequenas de duas em duas horas, com crianças mais velhas pode espaçar ligeiramente este período de tempo, mas lembre-se de que é importante demonstrar à criança que sabe que tem de lhe dar comida;
- Procure evitar dar comida entre refeições e lanches;
- Reconheça os gatilhos (alturas em que a criança parece ficar mais aflita com a comida) e procure a raiz do problema;
- Envolva a criança na preparação de comida (cozinhar, ir ao supermercado), o que lhe dará uma sensação de controlo;
- Desvie a atenção do problema, quanta mais atenção lhe prestar mais a questão se acentuará. É difícil aprender a controlar o apetite, e lidar com questões alimentares pode levar meses ou anos;
- Faça exercício físico com as crianças e promova um estilo de vida saudável;
- Seja calmo e paciente, geralmente ao final dos primeiros meses a criança começa a comer normalmente.
Fonte: Katja Rowell, Love Me, Feed Me: The Adoptive Parent’s Guide to Ending the Worry About Weight, Picky Eating, Power Struggles and More. Family Feeding Dynamics, LLC. Kindle Edition
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Relationship-Building Strategies for Adoptive and Foster Parents to Address Picky Eating and Feeding Challenges, Adoption Advocate, National Council for Adoption.
Food Issues With Adopted Children: Food Insecurity, New Beginnings.
Hoarding, Overeating, & Food Obsessions in Adopted & Foster Kids, Creating a Family.