PARA A FAMÍLIA DE ORIGEM
1. Saída de casa
2. O que posso fazer para ajudar os meus filhos?
3. Reunificação

4. Luto

O que posso fazer para ajudar os meus filhos?

 

Enquanto os seus filhos estão numa instituição ou em casa de uma família de acolhimento, é importante compreender os motivos pelos quais lá estão e participar no plano proposto pelas equipas de intervenção familiar para tornar a sua casa segura para o seu regresso. Se houver algo que dificulte o seu plano, converse imediatamente com a equipa que o acompanha. Informe a equipa se as acções descritas no plano não respondem às suas necessidades.

Outras coisas que pode fazer são descritas em maior detalhe abaixo e incluem ir regulamente aos encontros com o seu filho de acordo com o plano estabelecido com as equipas.

Consegui formar-me num programa de tratamento hospitalar de um ano, comecei a trabalhar e a cumprir todas as indicações solicitadas pelo tribunal. Trabalhar num emprego, cumprir as exigências das equipas e trabalhar em si mesmo é extremamente difícil… Uma a uma, pude elaborar a lista de acções necessárias. Hoje posso atestar o poder da fé, do apoio e amor. A minha filha e eu estamos juntas. E ela é uma luz mais brilhante do que qualquer coisa em que tenha tocado na minha vida.

– Shrounda Selivanoff, Rede nacional de famílias de origem, Washington

ENCONTROS

Os encontros com os seus filhos enquanto estes estão em acolhimento têm muitos benefícios. Mais importante ainda, ajudam a preservar e a fortalecer o vínculo enquanto estiverem separados, permite acalmar os medos e as preocupações das crianças, mostrando-lhes que se preocupa com elas e que podem contar consigo, pois cumpre a palavra e aparece quando diz que vai. Também mostra às equipas de acolhimento que quer manter o compromisso com o seu filho. Tente não perder nenhum encontro. Se algo atrapalhar os encontros agendados (por exemplo, problemas de transporte, o horário de trabalho), converse com o responsável pelo caso para fazerem um novo plano.

Os encontros podem ser difíceis, principalmente se forem supervisionadas ou tiverem lugar num sítio que não lhe seja confortável ou familiar. As dicas a seguir podem ajudar a tornar os encontros mais confortáveis ​​e gratificantes para os dois:

Leve coisas para fazer. Brinquedos, jogos, livros e outras actividades dão-lhe algo que se podem concentrar. Além disso, pode trazer algo que ajude a tornar o ambiente mais “caseiro” (como um cobertor e almofadas para aconchegar a criança ou, se for permitido, um lanche especial). Traga uma câmara ou um telefone para tirar fotos ou peça ao responsável pelo caso que tire fotos da família. Se quiser dar um presente ao seu filho, verifique primeiro se é possível fazê-lo com o responsável pelo caso e com a família de acolhimento;

Use o tempo para manter a ligação entre ambos. É importante que continue a desempenhar um papel activo na vida dos seus filhos. Pode abraçar, cantar ou aconchegar a criança. As crianças podem gostar de lhe mostrar o que aprenderam a fazer, como caminhar, pular ou a brincar com blocos. Com as crianças mais velhas, pode conversar sobre as suas actividades e tópicos favoritos. Incentive-os a falar sobre coisas que aconteceram na escola e evite tópicos que criam tensão;

Permita que os seus filhos expressem os seus sentimentos. É normal que as crianças sintam raiva ou medo. Use as visitas para lhes garantir que as ama e que está a trabalhar para as trazer para casa. As crianças mais jovens podem parecer “esquecer” os seus pais ou parecer mais confortáveis quando interagem com a família de acolhimento. Dê o tempo necessário aos seus filhos para se sentirem confortáveis com a situação e interagirem consigo. Não há problema em pedir ajuda e orientação se, por exemplo, um bebé agitado é difícil de acalmar ou uma criança está a ter uma birra. As visitas são um bom momento para fortalecer as suas capacidades parentais e aprender dicas valiosas;

Conheça a família de acolhimento. Ter um bom relacionamento a família de acolhimento pode ajudar a tornar mais fácil o tempo em que está longe dos seus filhos (tanto para si como para eles). Pergunte à equipa responsável pelo caso se pode conhecer a família de acolhimento dos seus filhos e qual a melhor maneira de lhes falar sobre eles. Pode perguntar como estão os seus filhos em sua casa ou se pode encontrá-los nas próximas consultas médicas ou reuniões de pais e professores. Também pode perguntar quais são as novas coisas que os seus filhos aprenderam; de que novos alimentos gostam; ou se eles gostam da sua escola, actividades novas e amigos;

Tente permanecer positiva/o. Quando as crianças perguntam quando podem voltar para casa, evite dar uma data específica, como “na próxima semana” ou “antes do teu aniversário”. Em vez disso, assegure o seu filho que está a trabalhar para que se possam juntar novamente e ser uma família;

Ajude as crianças a dizer adeus ou “até breve”. Quando chegar a hora de terminar a visita, diga aos seus filhos que os verá novamente assim que puder;

Mantenha contacto entre os encontros. Pergunte à equipa que o acompanha e à família de acolhimento sobre as melhores maneiras de informar os seus filhos de que está a pensar neles enquanto estão separados. Isso pode incluir telefonemas, cartas ou e-mails, especialmente em ocasiões especiais;

Continue a ir vendo a criança. Vai-se tornar mais fácil.

Outras preocupações

 

IRMÃOS

Se tem mais de um filho numa família ou numa casa de acolhimento, os seus filhos devem ser colocados juntos, a menos que não seja o melhor para a sua segurança ou saúde. Se os seus filhos foram separados, pode perguntar à equipa:

→ Por que não foram os meus filhos integrados em conjunto?

→ Está a trabalhar para encontrar um local onde possam ficar juntos?

→ Os nossos encontros podem ser coordenadas para que todos possamos estar juntos ao mesmo tempo?

→ Os meus filhos veem-se, além de terem as visitas comigo?

 

ENCONTROS DE LONGA DISTÂNCIA

Se não puder ver os seus filhos pessoalmente devido à distância ou a outros motivos (por exemplo, encarceramento), pergunte ao responsável pelo caso:

→ Como nos pode ajudar a manter o contacto? Podemos fazer chamadas telefónicas e / ou vídeo?

→ Posso enviar mensagens ao meu filho?

 

PROGRESSO NOS ENCONTROS

Os encontros com os seus filhos podem ser supervisionadas, principalmente no início. Eventualmente, à medida que progride no plano que fez com a equipa pode solicitar encontros não supervisionados e mais longas. Pergunte à equipa:

→ Como está a avaliar o progresso da minha família?

→ O que gostaria que acontecesse antes de que pudéssemos ter encontros mais longas?

Os encontros com a minha filha são os 90 minutos mais importantes da minha semana inteira. Eu faço tudo que posso para estar preparado e permanecer positivo, porque sei que esse tempo também é importante para ela. As visitas com a minha filha ajudam-me a manter os objectivos do que é realmente importante na minha vida e quais são minhas prioridades. Para mim, esse é o melhor pai que posso ser para ela.

– Jacob, pai de Oregon

TRABALHE COM A SUA EQUIPA

A sua experiência com o sistema de acolhimento familiar vai provavelmente incluir muitas pessoas diferentes. Alguns deles são o assistente social, a família de acolhimento do seu filho, o seu advogado e talvez o advogado do seu filho. Também pode trabalhar com um mentor, um advogado ou um parceiro pai. Trabalhar bem com cada um dos membros da equipa aumenta as hipóteses de levar os seus filhos para casa.

 

A sua equipa de intervenção familiar:

  • Trabalha com a sua família para desenvolver e monitorizar o seu plano;
  • Organiza os serviços para si e os encontros com o seu filho;
  • Relata à CPCJ ou ao tribunal o progresso da sua família.

 

Construir um relacionamento com o responsável pelo caso ajudará a compreender melhor o seu caso e a progredir em direcção à reunificação. Dicas para trabalhar com a equipa que o acompanha:

  • Faça todas as perguntas que possa ter sobre o seu plano de intervenção, as expectativas da equipa e os serviços ou recursos que ele ou ela podem fornecer;
  • Mantenha o contacto e informe a equipa sobre quaisquer mudanças na sua vida (nova casa, novo emprego, etc.).

 

Mantenha os seus compromissos e o que ficou prometido no seu plano.

  • Se tiver dúvidas ou preocupações, comece sempre por apresentá-las ao responsável pelo caso. Se sentir que a equipa não o está a ouvir, converse com o gestor do caso do seu filho/a ou com seu advogado.

 

A família de acolhimento ou os responsáveis pelos seus filhos:

  • Cuidam dos seus filhos enquanto estão longe de casa;
  • Podem facilitar os encontros e ajudar os seus filhos a permanecerem em contacto consigo.

 

Dicas para trabalhar com a família de acolhimento dos seus filhos:

  • Comunique de maneira segura e com respeito por todos. (Alguns pais usam um diário para fazer perguntas ou trocar notas curtas com a família de acolhimento durante os encontros com as crianças. Em alguns casos, a família de acolhimento também usará um caderno de comunicação, que acompanha a criança para os encontros, onde poderão ser trocadas mensagens sobre a criança, entre si e a família de acolhimento.
  • Conte à família de acolhimento o máximo que puder sobre os seus filhos, incluindo os seus gostos e desgostos, medos e o modo como gostam de ser confortados. Conhece melhor os seus filhos do que ninguém, e isso ajudará a família de acolhimento a cuidar da melhor maneira possível deles, fazendo-os sentirem-se seguros;
  • Deixe os seus filhos saberem que a sua família de acolhimento se preocupa muito com eles. Pode ajudar os seus filhos a sentirem-se mais à vontade se virem que se dá bem com a família de acolhimento.

 

O seu advogado:

  • Pode ser indicado pelo tribunal se se qualificar para assistência financeira. Como alternativa, você pode contratar os seus próprios serviços jurídicos;
  • Representa os seus interesses e fala por si em tribunal, inclusive solicitando os serviços que deseja ou precisa;
  • Deve falar consigo sobre o seu caso entre as datas dos tribunais e informar o que esperar
  • Deve ser completamente honesto com o seu advogado ajudá-lo a fazer o melhor trabalho possível.