Proibido para as crianças

 

Dependendo da idade da criança, a família pode combinar as regras em conjunto. Por vezes, ajuda escrever os direitos da criança e os seus deveres no frigorífico. E também ajuda escrever aquilo que é esperado dos adultos (algo como, os adultos devem dar comida aos seus filho/as, abraços ao fim do dia, etc. EM GRÁFICO).
Para as crianças, o campo do proibido deve sempre ser acompanhado dos direitos da criança (não se esqueça de equilibrar as coisas).

Proibido

  • mentir
  • tirar coisas
  • bater
  • responder mal

Deve-se

  • Confiar na família, mesmo quando fizemos uma asneira
  • Devolver o que pedimos emprestado
  • Usar as palavras
  • Ser gentil

A família não se deve esquecer de que estes são comportamentos comuns, que podem surgir numa ou outra altura, desaparecendo depois. Por isso, é particularmente importante que os encarem como parte do processo de crescimento, redireccionando as crianças para os comportamentos apropriados sem se exaltarem ou perderem a paciência.

Quando estas situações têm lugar, não confrontem a criança directamente.

Façam-lhe perguntas como:

“Acho que tens um brinquedo emprestado na tua mochila, amanhã podíamos devolvê-lo, que achas? Sabes que quando queres muito uma coisa nos podes pedi-la ou podemos fazer uma lista e usamos a tua semanada?”

“Queres um bocadinho de tempo para pensar nisso que me disseste agora?”

“Era brincadeira o que me disseste?”

Quando as crianças respondem mal aos pais porque os desafiam estes podem recorrer a uma panóplia de estratégias Uma das mais eficazes (por contra-intuitivo que pareça) é não se aborrecerem e procurarem uma forma divertida de ignorar ou de responder ao comentário.

“Hoje estás feia”

“Tens toda a razão, achas que pareço um abutre, um unicórnio com barbatanas ou um elefante voador?”

“Os unicórnios não têm barbatanas”.

E tem o seu problema resolvido.

Claro que nem todas as situações são fáceis de resolver. Como afirma Karen Purvis:

Nunca aceitamos comportamentos ofensivos ou selvagens de uma criança – mas também não punimos, rejeitamos ou subornamos porque essas estratégias não permitem o sucesso a longo prazo. Em vez disso, interrompemos com firmeza o mau comportamento, identificamos a necessidade que conduz esse comportamento, mostramos à criança como atingir os seus objectivos de forma adequada e, em seguida, elogiamos a criança por isso. Depois de se ver nesse papel de mentor, que incentiva e protege a criança, os dias ficam cheios de oportunidades – oportunidades para mostrar à criança como corrigir os seus erros, para praticar o que é certo, comunicar as suas necessidades com palavras em vez de recorrer a comportamentos inadequados, e obter feedback positivo pelos seus esforços. Ao ajudar a criança a desenvolver capacidades sociais e a sentir-se seguro neste mundo, ganha a sua profunda confiança. Quando a criança se sente segura, as portas abrem-se para mudanças positivas.

A longo prazo, não adianta lidar com estes comportamentos que, como explica Daniel Siegel são dominados pelo cérebro do andar de cima, adoptando a parentalidade tradicional.