Mães e pais

Os diferentes tipos de adopção colocam por vezes desafios específicos às famílias adoptivas. Não existem famílias melhores do que outras e, se todos perceberem como podem ajudar (ou apenas não discriminar), o dia-a-dia torna-se mais simples para os pais adoptivos e os seus filhos.

CASAIS DO MESMO SEXO

Apesar de a adopção por casais do mesmo sexo se encontrar prevista na lei, por vezes ainda existe preconceito por parte da sociedade. Para o combater talvez ajude ver este vídeo e informar-se melhor.

Os pais do mesmo sexo não são um grupo uniforme e é tão difícil fazer generalizações quanto seria com casais heterossexuais. No entanto, a investigação indica quase universalmente que as crianças com pais LGBTQ se encontram tão bem adaptadas como as que têm pais heterossexuais. Se quiser informar-se leia, por exemplo, Lesbian and Gay Parents and Their Children: Research on the Family Life Cycle. ou Modern Families: Parents and Children in New Family Forms.

ADOPÇÃO SINGULAR

A adopção singular tem os seus desafios particulares, mas quando os(as) adoptantes têm ou criam uma boa rede de apoio percebem que conseguem superar as dificuldades que vão surgindo na adopção. Saiba mais.

FICHA DE APOIO (DISPONÍVEL EM PORTUGUÊS EM BREVE)

Adopting as a single parent, Child Welfare Information Gateway.

Self-Care for Single Adoptive Parents, Jockey being Family – Strengthening Adoptive Families.

RELAÇÃO ENTRE OS MEMBROS DO CASAL

Os primeiros anos de uma adopção podem ser complicados e testar a relação entre os membros do casal. É necessário que os pais aprendam a negociar e a dividir tarefas, bem como a ter estratégias adequadas de parentalidade.

FICHAS DE APOIO (DISPONÍVEIS EM PORTUGUÊS EM BREVE)

For Couples Who Adopt How to Keep Your Relationship Strong, Adoption Advocate, National Council for Adoption.

Blocked Care, How to Help Discouraged Adoptive Parents regain Compassion, Adoption Advocate, National Council for Adoption.

Dificuldades

 

DIFERENÇA ENTRE MÃES E PAIS (OU ENTRE OS MEMBROS DO CASAL)

As mães e os pais não são iguais no momento da adopção, nem serão durante algum tempo. Na adopção, os pais podem ter alguma vantagem e é importante que o casal tenha consciência disto, unindo-se, apoiando-se e procurando as melhores soluções.

É difícil determinar os motivos pelos quais a relação das crianças adoptivas com as mães é mais difícil do que com os pais. Alguns autores, como Nancy Verrier, em The Primal Wound, consideram que o abandono materno deixa, mesmo que tenha sido à nascença, uma espécie de ferida invisível. Estudos realizados a bebés separados à nascença das mães verificaram diferenças no grito dos recém-nascidos relativamente ao dos bebés que continuam a ter as mães presentes.

Johanne Lemieux, em La Normalité Adoptive, sugere que o facto de os cuidadores nas casas de acolhimento serem maioritariamente mulheres aponta para um segundo nível de abandono, pelo que a criança, mesmo que inconscientemente, acabará por associar a figura da mãe ao eventual abandono, testando-a mais do que faz com o pai.

O casal deve ter consciência de que a criança, principalmente se for mais velha, irá desafiar mais a mãe do que o pai. O facto de a criança testar a mãe não significa que esta esteja a fazer algo errado ou que seja uma mãe incompetente (apesar de os desafios da criança a poderem levar a pensá-lo). É por isso que é importante que o pai não ponha em causa a relação da mãe com a criança, unindo-se os cônjuges na procura de soluções e conversando com a criança.

No caso das mães, é importante que não levem as reacções da criança a peito e as considerem parte normal do processo de adopção. Com paciência verá que tudo melhora.

 

A CRIANÇA REJEITA UM DOS PAIS

Por vezes, a criança vincula-se a um dos pais, mas não ao outro. Para incentivar a vinculação, deve-se deixar a criança brincar com o pai com o qual está a ter mais dificuldades. Este não deve impor disciplina e deve concentrar-se no tempo de brincar durante uma ou duas horas. Pode levar tempo, mas a vinculação terá lugar quando o pai que não é privilegiado assume cuidados como a alimentação e quando brinca com a criança.