Como falar da família de origem

 

O acolhimento é uma tríade da qual faz parte a família de origem. É natural que quando fica a conhecer a história de vida da criança possa sentir alguma falta de empatia. Procure lembrar-se, contudo, de que na maioria das vezes também eles tiveram uma vida bem difícil e procure ter empatia pelas com as dificuldades que tiveram de resolver. Acima de tudo, pense na criança e coloque-a em primeiro lugar.

As crianças em acolhimento vivem com uma sensação enorme de culpa e vergonha, julgando muitas vezes (e por muito que a família de acolhimento o tente evitar) que a responsabilidade do que aconteceu é sua. A vergonha é um sentimento poderoso e extraordinariamente negativo na vida de uma criança. Sabe-se hoje em dia que, quando a família de acolhimento fala mal dos pais biológicos, a criança sente que os defeitos destes últimos serão os seus. Algumas crianças reagem a isto procurando apresentar-se sempre como sendo perfeitas, outras criam uma personalidade perfeita que mostram aos outros (sofrendo internamente) e existem ainda outras que testam ou desafiam a família de acolhimento até à exaustão (provando-lhes assim que são tão más quanto os seus pais biológicos). Nenhuma destas opções é boa.

Assim:

  • Evite falar mal da família de origem;
  • Explique com frases simples que “A vida dos crescidos às vezes é complicada, mas a tua família de origem gosta muito de ti”;
  • Quando não sabe responder a uma pergunta seja honesto;
  • Sublinhe sempre que a culpa do que aconteceu não é da criança;
  • Diga à criança de que é normal ter saudades;
  • Faça uma caixa de memórias ou um álbum com fotografias, desenhos ou coisas que façam lembrar a família de origem, que a criança pode consultar quando tem saudades;
  • Ajude a criança a fazer o luto quando se separa da sua família para ir para a família de acolhimento, quando sai da família de acolhimento para outra família que não a biológica.