FAMÍLIA E AMIGOS
1. Importante saber
2. Ideias a repensar
3. Como ajudar?

Família e amigos

Existem muitas maneiras de ajudar os novos pais e a sua criança recém-chegada, mas nem todas são iguais ao que sucede quando um bebé chega a uma família. A primeira coisa a fazer é respeitar o período de Casulo da família. Isto não quer dizer que a família e os amigos não possam ajudar, muito pelo contrário, os novos pais estão muitas vezes sobrecarregados e a procurar encontrar uma rotina.

A melhor maneira de auxiliar os pais é informar-se sobre o conceito de Normalidade adoptiva, de modo a compreender o dia-a-dia dos pais e não negar as suas dificuldades. Johanne Lemieux, que cunhou este termo, explica como «muitos pais enfrentam a falta de familiaridade com a ideia de normalidade adoptiva pela sua família alargada ou pelo ciclo de amigos que os rodeia».

Esse é um dos problemas mais negativos e difíceis com que os pais adoptivos têm de viver, pois, apesar da sua óbvia boa vontade, a família geralmente tem comportamentos que afectam muito o bem-estar da criança e da sua família adoptiva.

A família costuma mostrar uma tendência para banalizar os aspectos da normalidade adoptiva que os pais lhes tentam explicar. «Todas as crianças dormem mal! Por vezes, todas as crianças estão preocupadas ou fazem birras! Todas as crianças podem rejeitar os seus pais! Porque não posso eu começar já a tomar conta do meu neto?»

 

(Veja este vídeo do Instituto Geração Amanhã, a partir do minuto 7:45, para perceber melhor a importância da aceitação e participação da família alargada da adopção)

DESAFIOS DA PARENTALIDADE ADOPTIVA

  • «As famílias adoptivas vivem uma sequência de experiências emocionalmente intensas que não se enquadram nos arquétipos aceites de formação familiar;
  • Os estigmas sociais permeiam as experiências de adopção;
  • Os pais biológicos são co-criadores de vinculação e identidade para os filhos/as;
  • Os traumas infantis vividos antes da adopção significam que os pais precisam de ter «capacidades nicho» ou de ser capazes de fazer aquilo a que se chama de «parentalidade terapêutica»;
  • Muitas crianças adoptivas sofreram não apenas um, mas vários acontecimentos traumáticos que levaram à sua integração numa família adoptiva. Muitas vezes, é necessário fornecer um apoio terapêutico complexo e potencialmente dispendioso às crianças para as ajudar a lidar com o trauma;
  • É provável que os pais adoptivos tenham tido as suas próprias dificuldades emocionais e desafios no caminho da adopção (incluindo a necessidade de fazer o luto pela parentalidade biológica);
  • Os pais adoptivos precisam de se informar e de aprender a desenvolver capacidades específicas para conseguirem vincular-se, bem como para apoiarem os seus filhos/as a explorar e a compreender essas experiências;
  • As famílias adoptivas têm maior risco de sofrer um trauma secundário que resulta da adopção (identificação com as feridas da criança, que por vezes pode originar um conjunto de sequelas físicas e psicológicas);
  • Existem barreiras estruturais e baixos níveis de «competência de adopção» que impedem que as famílias adoptivas procurem e recebam ajuda.