Casulo

 

Quando as crianças chegam à casa da sua nova família, é necessário que todos se ajustem a uma nova rotina, que nos primeiros tempos poderá ser desafiante. Para que a vinculação tenha lugar é necessário que os pais tenham a oportunidade de estabelecer laços permanentes com a criança, ou seja, que sejam estes a dar-lhe comida, pegar-lhe ao colo, mudar as fraldas, tomar conta dela quando cai, etc. Só assim poderá a criança perceber, depois de ter tido tantos cuidadores diferentes, que são estes os dois adultos responsáveis pelo seu bem-estar. No fundo, pretende-se ensinar a criança, levando-a a compreender que os seus novos pais tomarão conta dela.

Neste período de casulo convém que a vida familiar seja rotineira, que todos passem tempo em casa a conhecer-se, que os dias sejam previsíveis e tranquilos. É por este motivo que algumas das coisas que se fazem quando nasce um bebé (como visitas da família e amigos) devem ser suspensas, até que a criança reconheça que estes são os seus pais e cuidadores principais.

CONSELHOS PRÁTICOS PARA PAIS, FAMÍLIA E AMIGOS:

  • Estabelecer uma vida rotineira;
  • Devem ser os pais a dar comida à criança, a pegar-lhe ao colo quando cai, etc.;
  • A família alargada e os amigos podem ir sendo apresentados devagarinho, respeitando-se as pistas que a criança vai dando;
  • Os pais devem tomar conta de si.

Este período de casulo ajuda a criança a ganhar confiança nos seus pais e a distingui-los de estranhos. Durante o período de casulo, os pais não devem estar demasiado preocupados em corrigir os comportamentos da criança. Este não é o momento certo para ensinar maneiras à mesa, pedir à criança que abandone a sua chucha, ou para impor regras alimentares demasiado rígidas. Se a criança acorda a meio da noite, deve ir ter com ela e tranquilizá-la. Lembre-se de que esta é altura para, como se tivesse tido um bebé, provar à criança que ela está segura nas suas mãos e responder aos seus pedidos. Não se preocupe que não está a mimar o seu filho/a, o seu objectivo principal é ajudá-lo a sentir-se seguro. Vá perguntando à criança como se sente e como a pode ajudar, ao mesmo tempo que estabelece os limites necessários para que possam todos ter uma boa vida familiar.