Fases na adopção

 

Todas as adopções são diferentes, mas talvez ajude pensar no conjunto de etapas que podem levar a uma parentalidade feliz.

  • Choque: o tsunami de emoções (três dias);
  • Casulo de porta fechada (três semanas);
  • Adaptação em família (três meses);
  • Vinculação: o objectivo da viagem de adopção (três estações);
  • Desmame: aprender a deixar a casa (ir passar fins-de-semana com amigos ou familiares) para que a criança possa regressar mais forte a casa e à família (três semanas);
  • Equilíbrio: a vinculação e a autonomia encontram-se (três anos):

Apesar de, segundo Lemieux, todas as adopções passarem por estas fases, nem sempre a sequência de etapas ou a sua duração é a mesma. As crianças mais velhas podem levar mais tempo a adaptar-se, por exemplo (julga-se o período de adaptaçao de uma criança a partir dos seis anos será de um ano) e que ao final de três /quatro anos esta se sentirá finalmente integrada.

Como vimos na secção Normalidade adoptiva, as crianças têm características e modos de desenvolvimento distintos. Enquanto passa por estas fases com a criança, lembre-se de que não há adopções fáceis e de que esta não é uma corrida rápida, mas sim uma maratona.

Como Lemieux afirma, «muitos pais insistem em acreditar que um filho/a que se adapta à nova vida é automaticamente um filho/a vinculado/a. Erro! O verdadeiro problema no novo relacionamento não é uma integração rápida, compulsiva ou falsamente harmoniosa. É uma profunda adopção mútua, impossível de ser alcançada sem uma sólida ancoragem prévia, uma vinculação saudável, forte e permanente da criança aos novos pais».

Os pais também não devem, nestas fases, esperar sinais de amor por parte da criança. Estes podem ter lugar, claro, mas lembre-se de que até há pouco tempo não se conheciam e de que o afecto leva tempo a criar até que finalmente surja, na fase de Adaptação e Vinculação. Também não devem estranhar se a criança parecer ter o mesmo (ou até mais) afecto por estranhos do que pelos seus pais. Os pais devem lembrar-se de que as crianças adoptadas têm dificuldades de vinculação e ser generosos no seu afecto e na sua paciência.